terça-feira, 21 de abril de 2009

Paz... Descanse em Paz...




Hoje faz um ano que meu amigo Everton, professor de Língua Portuguesa, amigo meu desde a época de Ensino Médio (antigo Segundo Grau), faleceu violentamente, quando traficantes em retaliação ao não pagamento de “pedágio” incendiaram uma Kombi que fazia lotação e ele por infelicidade não conseguiu sair e teve 90% de seu corpo queimado. Resistindo por alguns dias, veio a falecer em 21 de abril de 2008, por não resistir aos ferimentos, faleceu no momento em que se fazia curativos, por volta de 11 da manhã. E eu estava à espera do horário de visita junto às suas irmãs. Não houve tempo para visitá-lo.
Quantas coisas meu amigo terá deixado por fazer, sua casa em construção, sua filha por criar... Quantos aniversários por comemorar... quantas cervejas com os amigos (inclusive eu). Foi forçado a uma elipse de nossa presença.
Por conta de algumas perdas, carrego em mim, alguma mágoa, algum rancor, ou melhor, muita mágoa, muito rancor de ver algumas pessoas boas morrendo do nada e por nada. Paro e penso... em que esquina ela me acertará... já que boas pessoas se foram... e não quero crer que “porque Deus assim quis”, mas porque nos falta o sentido de humanidade. Imagino quantas pessoas agora estão sofrendo a perda de alguém, não porque se encontra enfermo, mas de forma brutal. Quantos monstros o desamor, a falta de oportunidade, o vício, o sistema carcerário que não reabilita, estão criando agora. Quantos monstros estamos criando em nós, com nossa frieza diante de cenas tão degradantes tão próximas de nós. Há dias que me sinto menos gente... e dias como este de hoje em que lamento a merda em que vivemos, não me sinto, e creio que seja muito melhor estar dormente e não sentir nada. Perdoem-me, mas, por hoje, falta-me muito para acreditar em nossas lideranças e em nós, seres humanos.

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