sábado, 8 de dezembro de 2012

AOS POETAS NOVOS.


Aos poetas novos.
Meninos formados  e tão preocupados
Com o formato de sua poesia,
Com a estrutura de sua poesia
Vazia de vida,
Vazia de expressão,
Tão rica em retórica,
Tão rica em filosofia,
Completa em sua bibliografia.
Expõem toda  poesia que o livro deu
 farta  de teoria  literária...
Mas que “farta” teoria vivenciada.

Só acredito na poesia do doutor
que sabe o sabor da melancia ,
porque comeu e se lambuzou,
Porque comeu palavra com a mão,
Porque  viu na palavra sua redenção,
Porque vive a palavra como seu  sangue.
Seja do verso que vem da feira,
Seja do verso que vem do mangue,
Seja do verso que vem do bar da esquina.

Acredito na poesia de carne e osso,
Vida osso de se levar,
Mas que reflete a alma que se liberta do corpo
E quer  cantar... sem limites, sem limites...
Dando incomensuráveis  possibilidades ao verso,
Seja ou não na rima, seja ou não...real,
Mas que seja de verdade,
Sem mérito a vã intelectualidade,
Mas que seja de verdade,
Que seja do  alto de seu terraço,
Em nossa rica zona sul,
Ou no bairro sem coleta de lixo
Na linda e rica em poesia, Baixada Fluminense:
Por  favor, novos Mestres-poetas
Doutores-poetas, que criaram e defenderam suas teses,
Que seja , indiscutivelmente de verdade,
Num verso de Patativa, ou do Emicida,
De Caju e Castanha, ou de Slow da BF,
Mas que seja de verdade.
Cuidado com “o mundo caduco”,
Tanto esforço para por palavras para dentro dos livros
Enquanto nossos rimadores põem um mundo para fora  de suas cabeças.

(Renato Aranha  - 09-12-2012)

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