Aos poetas novos.
Meninos formados e tão preocupados
Com o formato de sua
poesia,
Com a estrutura de
sua poesia
Vazia de vida,
Vazia de expressão,
Tão rica em retórica,
Tão rica em filosofia,
Completa em sua
bibliografia.
Expõem toda poesia que o livro deu
farta de teoria
literária...
Mas que “farta”
teoria vivenciada.
Só acredito na poesia
do doutor
que sabe o sabor da melancia
,
porque comeu e se
lambuzou,
Porque comeu palavra
com a mão,
Porque viu na palavra sua redenção,
Porque vive a palavra
como seu sangue.
Seja do verso que vem
da feira,
Seja do verso que vem
do mangue,
Seja do verso que vem
do bar da esquina.
Acredito na poesia de
carne e osso,
Vida osso de se
levar,
Mas que reflete a
alma que se liberta do corpo
E quer cantar... sem limites, sem limites...
Dando incomensuráveis possibilidades ao verso,
Seja ou não na rima,
seja ou não...real,
Mas que seja de
verdade,
Sem mérito a vã
intelectualidade,
Mas que seja de
verdade,
Que seja do alto de seu terraço,
Em nossa rica zona
sul,
Ou no bairro sem
coleta de lixo
Na linda e rica em
poesia, Baixada Fluminense:
Por favor, novos Mestres-poetas
Doutores-poetas, que
criaram e defenderam suas teses,
Que seja ,
indiscutivelmente de verdade,
Num verso de
Patativa, ou do Emicida,
De Caju e Castanha,
ou de Slow da BF,
Mas que seja de
verdade.
Cuidado com “o mundo
caduco”,
Tanto esforço para
por palavras para dentro dos livros
Enquanto nossos rimadores
põem um mundo para fora de suas cabeças.
(Renato Aranha - 09-12-2012)
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